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Conclave 2025: Conheça os Cardeais Considerados Favoritos ao Posto de Papa

O luto pelo falecimento do Papa Francisco mal começou, e já se desenha um dos momentos mais solenes e emocionantes da vida da Igreja Católica: o Conclave. Neste ritual ancestral, os cardeais do mundo inteiro se reúnem em oração e discernimento para eleger o novo Sucessor de Pedro.

Mas o Conclave é também, inevitavelmente, um momento de grande expectativa mundial. Fieis, líderes políticos, analistas e jornalistas olham para Roma, tentando adivinhar quem será o novo Papa. Como sempre, surgem listas de “papabili” — aqueles cardeais considerados favoritos, tanto pelas suas trajetórias quanto pelos sinais dos tempos.

O próximo Papa não herdará apenas uma Igreja profundamente transformada pelas reformas de Francisco, mas também um mundo em rápida mutação, repleto de desafios inéditos. Quem será capaz de guiar a barca de Pedro através das tormentas do século XXI?

Conheça agora quem são os nomes mais cotados para assumir esta missão divina e humana.

Cardeal Pietro Parolin: o diplomata discreto

Um dos nomes mais frequentemente citados entre os favoritos é o do italiano Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano. Nascido em 1955, Parolin construiu sua carreira nos corredores da diplomacia vaticana, sendo considerado um dos mais experientes negociadores da Santa Sé.

Sua atuação discreta, mas extremamente eficaz, em situações delicadas — como a aproximação diplomática com a China e mediações em conflitos internacionais — lhe rendeu respeito tanto dentro quanto fora da Igreja.

Parolin representa, para muitos cardeais, a continuidade estável do pontificado de Francisco, sem necessariamente radicalizar reformas. Seu perfil é visto como equilibrado: fiel à tradição, mas atento às novas realidades do mundo.

Entretanto, sua ligação muito próxima com a cúria romana pode pesar contra, já que parte do Colégio Cardinalício pode preferir alguém mais distante do establishment vaticano.

Ainda assim, seu nome permanece entre os mais fortes. Sua habilidade em unir diferentes tendências e sua vasta experiência internacional fazem de Pietro Parolin um dos mais sólidos papabili deste Conclave.

Cardeal Matteo Zuppi: o pastor do povo

Outro italiano que surge com força é o Cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Zuppi é conhecido por seu trabalho incansável com os pobres, com imigrantes e pelo seu compromisso com o diálogo ecumênico e inter-religioso.

Chamado por muitos de “o Papa Francisco italiano”, Matteo Zuppi combina uma espiritualidade vibrante com uma atuação social intensa. Ele esteve envolvido em processos de paz como mediador em conflitos na África e é visto como um bispo “de rua”, próximo do povo e das dores reais.

Sua eleição seria uma clara mensagem de que a Igreja quer aprofundar o caminho de Francisco: uma Igreja em saída, missionária, pobre com os pobres.

Por outro lado, alguns setores mais conservadores podem resistir ao seu perfil progressista em temas sociais. Ainda assim, sua simpatia natural, capacidade de comunicação e perfil pastoral fazem dele um dos favoritos declarados.

Cardeal Luis Antonio Tagle: a voz da Ásia

Se os cardeais quiserem romper com a tradição europeia e destacar o crescimento explosivo da fé na Ásia, Luis Antonio Tagle, das Filipinas, seria uma escolha altamente simbólica e estratégica.

Tagle, prefeito do Dicastério para a Evangelização, é uma figura extremamente carismática e humilde. Seu sorriso sincero, sua linguagem acessível e sua preocupação pelos pobres fazem dele um verdadeiro “herdeiro espiritual” de Francisco.

Nascido em 1957, Tagle representa a Igreja jovem e vibrante da Ásia, continente onde o catolicismo cresce rapidamente. Sua eleição mostraria uma Igreja cada vez mais global e menos centrada na Europa.

Entretanto, alguns cardeais podem hesitar devido à sua pouca experiência de governo em grandes estruturas administrativas — um fator importante diante dos complexos desafios internos do Vaticano.

Ainda assim, Luis Antonio Tagle é visto como um dos grandes favoritos, especialmente se o desejo for por continuidade espiritual e renovação geográfica.

Cardeal Robert Sarah: o guardião da tradição

Entre os papabili de perfil mais conservador, destaca-se o nome do Cardeal Robert Sarah, da Guiné. Ex-prefeito da Congregação para o Culto Divino, Sarah é admirado por sua profunda espiritualidade, sua firme defesa da liturgia tradicional e seu compromisso com a ortodoxia católica.

Para muitos católicos que se sentiram desconfortáveis com algumas inovações de Francisco, Sarah representa um retorno à “Igreja de sempre”: centrada na Eucaristia, na oração, na doutrina sólida.

Nascido em 1945, Sarah é um homem de oração e silêncio, mas também de posições firmes, que poderiam reequilibrar a Igreja em direção a uma linha mais tradicional.

Sua eleição, no entanto, não seria isenta de tensões. Ele é visto como um divisivo por setores mais progressistas e, sendo africano, sua eleição seria também um marco histórico, mostrando a universalidade da Igreja.

Robert Sarah permanece, assim, como uma opção forte para aqueles que desejam uma mudança de curso no rumo atual da Igreja.

Cardeal Peter Erdő: o acadêmico equilibrado

Do coração da Europa vem outro nome forte: o Cardeal Peter Erdő, da Hungria. Arcebispo de Esztergom-Budapeste e Primaz da Hungria, Erdő é conhecido por sua vasta formação intelectual, seu equilíbrio teológico e sua habilidade administrativa.

Com apenas 72 anos, o cardeal húngaro já tem uma longa experiência no governo eclesiástico e é altamente respeitado tanto na Europa quanto no mundo inteiro. Foi duas vezes presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, o que lhe deu grande visibilidade internacional.

Erdő representa uma linha conservadora moderada: fiel à tradição, mas sensível aos desafios do mundo contemporâneo. Sua eleição poderia significar uma busca por estabilidade e clareza doutrinal, sem radicalismos.

Além disso, sendo da Europa Central, ele representa uma região que tem ganhado importância na geopolítica da fé, entre Ocidente secularizado e Oriente em transformação.

Sua serenidade, seu perfil acadêmico e sua capacidade de diálogo fazem dele um candidato forte, sobretudo se os cardeais quiserem uma figura de síntese entre tradição e modernidade.

Cardeal Jean-Marc Aveline: o pastor do diálogo

Outro nome que surge, especialmente entre os que desejam fortalecer o diálogo inter-religioso e multicultural, é o do Cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, França.

Nascido na Argélia em 1958, Aveline é um especialista no diálogo entre cristãos e muçulmanos — uma competência cada vez mais valorizada em um mundo marcado por tensões religiosas e culturais.

Sua eleição seria altamente simbólica: um Papa que conhece profundamente as realidades migratórias, as dores dos povos do Mediterrâneo e a necessidade urgente de construir pontes, não muros.

Aveline é também um teólogo respeitado e um pastor próximo do povo, em linha com a “Igreja em saída” desejada por Francisco.

Embora seu nome não seja tão conhecido mundialmente quanto outros papabili, sua ascensão meteórica e seu perfil de construtor de diálogo o colocam discretamente entre os possíveis surpresas do Conclave.

Conclave 2025: Conheça os Cardeais Considerados Favoritos ao Posto de Papa

O que influencia a escolha de um Papa hoje

Embora os cardeais busquem a inspiração do Espírito Santo no Conclave, é natural que fatores humanos e históricos também influenciem a eleição.

Alguns elementos chave a serem considerados:

  • Continuidade ou mudança:

    Muitos cardeais estão cientes da necessidade de continuar o espírito de renovação pastoral e sinodalidade impulsionado por Francisco. Outros, porém, podem sentir a necessidade de uma correção de rota, buscando um Papa mais tradicionalista.

  • A geografia da fé:

    Atualmente, mais de dois terços dos católicos vivem fora da Europa, especialmente na África, América Latina e Ásia. A eleição de um Papa não-europeu refletiria essa nova realidade demográfica.

  • Idade e energia:

    Após dois Papas idosos consecutivos, alguns cardeais podem desejar eleger um pontífice mais jovem, com vigor físico para enfrentar uma Igreja globalizada e cheia de desafios.

  • Perfil pastoral e comunicativo:

    Num mundo hiperconectado, a capacidade de comunicação e empatia com o povo tornou-se um atributo fundamental para o Papa, além da sólida formação teológica.

  • Desafios contemporâneos:

    Secularização crescente, crises migratórias, tensões geopolíticas, mudanças climáticas, escândalos de abusos — o próximo Papa precisará enfrentar essas questões de maneira lúcida e corajosa.

Em suma, o novo Papa deverá ser ao mesmo tempo fiel às raízes da fé e aberto aos ventos novos do Espírito na história.

Uma escolha que ecoa na eternidade

O Conclave de 2025 será mais do que uma eleição: será um encontro de fé, discernimento e esperança. Em um mundo em constante mutação, a Igreja é chamada a permanecer firme em sua missão de anunciar o Evangelho, construir a paz e ser sinal de amor para todos os povos.

Quem será o próximo sucessor de Pedro? Será alguém que dê continuidade ao caminho de Francisco, aprofundando a reforma e o compromisso com os pobres? Ou será alguém que conduza a Igreja a uma nova fase de reflexão e consolidação?

O que é certo é que, no silêncio da Capela Sistina, sob o olhar da Criação de Michelangelo, os cardeais rezarão, votarão e confiarão no sopro do Espírito Santo.

O novo Papa, quem quer que seja, não será apenas um chefe religioso: será um pastor universal, um sinal vivo de que, mesmo em meio às tempestades da história, Cristo continua a guiar a sua Igreja.

E, para cada fiel, é tempo de rezar, de confiar e de esperar com o coração aberto. Porque no Conclave, mais do que decisões humanas, ecoa sempre o chamado divino: “Apascenta as minhas ovelhas.” (Jo 21,17)

FAQs – Perguntas Frequentes

1. O que é o Conclave?

É a reunião secreta dos cardeais eleitores, realizada na Capela Sistina, para escolher o novo Papa. O nome vem do latim cum clave (“com chave”), indicando o isolamento dos cardeais até a decisão.

2. Quantos cardeais participam do Conclave?

Em 2025, são cerca de 135 cardeais eleitores, todos com menos de 80 anos, oriundos de 73 países diferentes.

3. Existe idade mínima ou máxima para ser eleito Papa?

Não. Qualquer homem batizado pode ser eleito Papa, mas, na prática, sempre é escolhido entre os cardeais.

4. Como se sabe que um novo Papa foi eleito?

Quando o novo Papa é escolhido, a fumaça branca sai da chaminé da Capela Sistina, e em seguida, o anúncio “Habemus Papam” é proclamado na Praça de São Pedro.

5. O que acontece se o Papa eleito não aceitar o cargo?

Se o eleito recusar, a votação recomeça. O Papa só assume quando aceita e escolhe o nome pelo qual será conhecido.

 

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