VATICANO

O Funeral do Papa Francisco: Um Adeus Solene que Emocionou o Mundo

Na manhã de sábado, os sinos de Roma tocaram de forma solene, anunciando ao mundo o último adeus a uma das figuras mais queridas e influentes do século XXI: Papa Francisco. Centenas de milhares de fiéis, líderes religiosos e chefes de Estado se reuniram na Praça São Pedro para prestar homenagem a Jorge Mario Bergoglio, o homem que, por mais de uma década, liderou a Igreja Católica com ternura, coragem e compaixão.

A Praça São Pedro estava completamente tomada. Bandeiras de diversos países tremulavam entre lágrimas, orações e cantos. Um silêncio respeitoso dominava o espaço, rompido apenas pelas palavras litúrgicas que ecoavam no ar. O mundo assistia, ao vivo, a despedida de um Papa que tocou corações como poucos. Mais do que um funeral, o momento foi um tributo universal ao homem que preferia os últimos lugares, mas que conquistou o mundo com sua humildade.

O luto era coletivo, mas também íntimo. Cada fiel trazia em si uma memória, uma frase, um gesto de Francisco. Seu corpo ali, diante do altar maior, representava não apenas o fim de uma vida, mas a conclusão de uma missão sagrada. O funeral foi o espelho de sua essência: simples, profundo e carregado de significado espiritual.

O rito sagrado: detalhes de uma cerimônia comovente

O funeral de um Papa segue um protocolo milenar, repleto de simbolismo. Mas, como tudo o que envolveu Francisco, esta despedida também teve suas marcas de simplicidade. O corpo foi velado por três dias na Basílica de São Pedro, tempo durante o qual mais de um milhão de pessoas passaram por ali para se despedir. No sábado, às 9h30 (hora local), iniciou-se a Missa de Réquiem, presidida pelo Cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.

O caixão de madeira cipreste — sem ornamentos luxuosos, como Francisco desejou — foi colocado ao centro da praça, diante do altar externo. Em cima, apenas o Evangelho aberto, sinal de que seu ministério estava enraizado na Palavra de Deus. Antes do início da cerimônia, foi feita a leitura do “Rogito” — o documento que resume sua vida e seu pontificado, que foi colocado dentro do caixão.

Durante a homilia, o cardeal falou de Francisco como “o bom pastor que conhecia suas ovelhas pelo nome e caminhava com elas, sem nunca subir em tronos, mas abaixar-se para ouvir”. O momento mais comovente foi quando o caixão foi incensado, e o povo se levantou em uma salva de palmas demorada, acompanhada por lágrimas visíveis em rostos de cardeais, religiosas e peregrinos.

Entre os presentes estavam líderes religiosos de diferentes fés — como o Patriarca Ortodoxo Bartolomeu, o Grande Imã de Al-Azhar, representantes judaicos e budistas — além de presidentes e primeiros-ministros de países de todos os continentes. O funeral foi também um momento de união inter-religiosa, como Francisco sempre promoveu.

A simbologia dos gestos: fé que ultrapassa ritos

Cada elemento da cerimônia expressou aspectos da espiritualidade franciscana. A ausência de luxo, a música litúrgica com canto gregoriano e coral popular, a cruz simples ao centro do altar — tudo refletia o estilo pastoral de um Papa que quis ser o servo dos servos de Deus. O caixão foi envolvido por um véu branco, e antes de ser levado para sua última morada, houve um momento de silêncio absoluto — respeitado por toda a Praça.

A tradicional quebra do “Anel do Pescador”, símbolo da autoridade papal, foi realizada em cerimônia reservada, logo após a confirmação da morte. Esse gesto representa o fim oficial de seu pontificado. Francisco havia escolhido um anel com poucos adornos, simbolizando que sua autoridade estava a serviço e não acima do povo.

As leituras escolhidas para a missa foram tiradas dos Evangelhos que marcaram sua trajetória: a parábola do Bom Samaritano, o Sermão da Montanha e o Evangelho de João, onde Jesus pede a Pedro que apascente suas ovelhas. Cada trecho recordava sua mensagem central: misericórdia, inclusão e amor aos pobres.

Após a Missa, o cortejo seguiu em direção à Basílica de Santa Maria Maior, onde seu desejo de repousar se concretizaria.

O silêncio da Basílica de Santa Maria Maior: o repouso de um servo fiel

Diferentemente da tradição que reserva a cripta de São Pedro aos Papas, Francisco pediu para ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maior — um dos locais mais especiais de sua vida espiritual. Ele havia visitado o santuário inúmeras vezes, confiando suas viagens apostólicas à proteção da Virgem Salus Populi Romani.

Na Basílica, em uma cerimônia privada, o caixão foi depositado com respeito em uma capela lateral preparada para recebê-lo. Sem ostentação, sem monumentos grandiosos. Apenas a paz da Mãe de Deus, acolhendo o filho fiel que tanto a honrou em vida.

A lápide, seguindo seus desejos, é simples: apenas seu nome, seu título de Bispo de Roma e os anos de seu pontificado. Ali, em meio ao silêncio da fé e ao perfume das flores depositadas pelos fiéis, Francisco repousa para sempre, no coração espiritual da cidade que tanto amou.

A presença do povo: fé viva e emoção coletiva

O mais tocante no funeral de Francisco foi a participação popular. Diferente de cerimônias marcadas apenas por autoridades, sua despedida foi profundamente comunitária. Jovens, idosos, imigrantes, pessoas em situação de rua e até não católicos estavam presentes. Muitos haviam viajado por dias, dormido ao relento, jejuado em oração. Não vieram por obrigação, mas por gratidão.

Ao longo da cerimônia, era possível ver mãos erguidas com terços, fotos de Francisco, faixas escritas em várias línguas: “Gracias, Papa”, “Merci, Francesco”, “Obrigado, Santo Padre”. Os cantos eram entoados por todos, e as lágrimas misturavam-se a olhares de esperança. Foi um funeral que se parecia mais com um encontro de irmãos.

Havia também cartazes pedindo sua canonização. Em voz alta, alguns gritavam “Santo subito!” — como aconteceu com João Paulo II — enquanto outros simplesmente rezavam em silêncio. Em muitos lugares, paróquias organizaram telões e vigílias simultâneas, transformando esse momento em um fenômeno espiritual global.

Francisco foi, de fato, o Papa do povo. E o povo respondeu com presença, amor e reverência. Nenhuma despedida seria mais verdadeira do que essa.

O legado presente em cada gesto do adeus

Mesmo em sua morte, Francisco ensinou. Sua opção por uma cerimônia discreta, a ausência de luxos, a prioridade ao povo mais simples — tudo era coerente com sua vida. Cada gesto do funeral foi catequese. Cada símbolo, uma pregação silenciosa sobre o que realmente importa: a fé, a entrega, a compaixão.

Essa coerência é o que mais impressiona. Francisco não viveu para impressionar, mas para servir. E por isso, conquistou. Seu funeral não foi apenas o fim de uma era, mas o início de um chamado à continuidade: continuar a missão que ele tanto amou, com coragem e alegria.

O que vem a seguir: sede vacante e Conclave à vista

Com o encerramento do funeral, o Vaticano entra oficialmente no período de sede vacante. Durante esse tempo, os cardeais do mundo inteiro se preparam para o Conclave — a eleição do novo Papa. A Capela Sistina será novamente palco de oração e decisão, e o mundo aguarda, em expectativa, o nascimento de um novo pontificado.

Até lá, as homenagens a Francisco continuarão por dias, com missas memoriais em todas as partes do mundo. Sua imagem estampará revistas, sua voz ecoará nas redes, e sua memória permanecerá viva nos corações dos fiéis.

O futuro da Igreja está em discernimento. Mas o legado de Francisco já está garantido: uma fé sem muros, uma Igreja de portas abertas, uma espiritualidade enraizada no amor concreto. Seu exemplo será inspiração para os que virão.

Um Papa eterno no coração da humanidade

O funeral de Papa Francisco foi mais do que um rito religioso. Foi uma celebração de vida, um tributo à esperança e um chamado à fidelidade evangélica. Seu corpo foi sepultado, mas sua mensagem continua de pé. Seu caixão repousa sob o olhar terno de Maria, e seu espírito se eleva ao coração do povo.

Francisco foi um Papa que marcou a história. Não por poder, mas por amor. Não por dogmas, mas por gestos. Não por conquistas, mas por doações silenciosas. Ele foi, verdadeiramente, um pastor com cheiro de ovelha — e agora, uma luz permanente na fé do mundo.

Perguntas Frequentes

1. Onde foi enterrado Papa Francisco?
Na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, próximo ao ícone de Maria Salus Populi Romani, conforme seu desejo.

2. Quem celebrou a missa do funeral?
A Missa de Réquiem foi presidida pelo Cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais.

3. O que é o “sede vacante”?
É o período em que a Sé Apostólica está sem Papa. Nenhuma decisão importante é tomada até a eleição do novo Pontífice no Conclave.

4. Como foi o estilo do funeral de Francisco?
Profundamente simples, mariano, popular e sem ostentação, refletindo sua visão de Igreja e sua espiritualidade.

5. Existem pedidos para sua canonização?
Sim. Muitos fiéis e líderes religiosos defendem que Francisco seja canonizado, mas o processo depende de reconhecimento oficial de milagres.

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